Pedra nos rins pode virar câncer?
- IUCR
- 19 de mar.
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A pedra nos rins, também chamada de cálculo renal e conhecida pelas dores incapacitantes que provoca, não tem a menor chance de evoluir para um câncer de rim. São patologias completamente diferentes.

Enquanto a pedra nos rins é formada pelo acúmulo de substâncias que não foram filtradas pelos rins, como cálcio e ácido úrico (entre outras) , o câncer está relacionado à proliferação de algumas células do rim, possivelmente após a ocorrência de mutações genéticas.
Pedra nos rins, o que é?
O cálculo renal é uma formação endurecida que, além de estar nos rins, pode estar nas vias urinárias. Isso tem risco de acontecer quando não há quantidade suficiente de água no organismo, condição que dificulta a dissolução natural dessas partículas para que sejam expelidas na urina.
Às vezes a presença de pedra no rim não causa sintomas. No entanto, há casos em que provoca uma forte dor que começa nas costas e se irradia para o abdômen na direção da região inguinal. Essa dor se manifesta como cólicas e as crises podem vir acompanhadas de náusea e vômito, e ocorre geralmente quando da migração da pedra de dentro do rim para o ureter (canal que comunica o rim com a bexiga). O uretrer é uma estrutura tubular de calibre fino e que pode ser obstruído quando o cálculo urinário esta em seu interior, causando dor, sangramento e até obstrução à saída da urina produzida no rim, o que pode gerar diminuição da função do órgão.
O câncer de rim
O câncer de rim, por sua vez, é uma doença silenciosa no início, justamente na fase em que as chances de sucesso do tratamento são maiores. Quando apresenta sintomas, os mais comuns são sangue na urina e dor lombar.
Na maioria das vezes, o câncer de rim é descoberto durante exames de rotina, realizados por outro motivo que não a investigação de um câncer. Pelo fato de ser silencioso em seus estágios mais iniciais, muitos pacientes, infelizmente, são diagnosticados com doença localmente avançada ou mesmo metastática, quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo.
Fatores de risco diferentes
Os fatores de risco para pedra nos rins e câncer renal também são diferentes. Entre as causas mais importantes do aparecimento de pedra nos rins estão: volume insuficiente de ingestão de água ou urina supersaturada de sais; grande quantidade de cálcio, fosfatos, oxalatos, cistina ou falta de citrato; distúrbios metabólicos do ácido úrico ou da glândula paratireoide; alterações anatômicas; obstrução das vias urinárias.
Já o câncer renal tem como principais fatores de risco: tabagismo; obesidade; hipertensão arterial; tratamento de hemodiálise. Além disso, algumas síndromes hereditárias, como doença de von Hippel-Lindau, síndrome de Birt-Hogg-Dube, complexo de esclerose tuberosa, carcinoma papilar renal hereditário e câncer renal familiar.
Diagnóstico de pedra nos rins x diagnóstico de câncer de rim
Para diagnosticar pedra nos rins, o médico considera o quadro clínico do paciente, com destaque para a dor intensa e sinais de sangue na urina. Além disso, pode solicitar exames de imagem, como raios X de abdômen, ultrassom, tomografia ou urografia excretora (exame das vias urinárias e bexiga) para a investigação.
Em caso de suspeita de câncer renal, o caminho é diferente. Em geral, são realizados exames de imagem (ultrassonografia, tomografia do abdômen e ressonância magnética). Todos esses exames têm como objetivo, em caso de diagnóstico confirmado de câncer renal, determinar o estadiamento do tumor (tamanho, localização, grau de agressividade, se avançou para outras regiões do organismo em um processo de metástase). A biópsia de lesões renais pode ser indicada em casos específicos e selecionados
Definição do tratamento para pedra nos rins e câncer de rim
Há várias alternativas de tratamento para pedra nos rins. Durante as crises, analgésicos e anti-inflamatórios podem aliviar a dor. Alguns casos podem ser tratados de maneira conservadora, somente com observação clínica até a eliminação espontânea dos cálculos.
Em caso de sintomas de forte intensidade e/ou refratários ao tratamento clínico, obstrução das vias urinárias ou complicações infecciosas pode ser necessária a intervenção com o procedimento endoscópico (por dentro da bexiga e dos ureteres) de litotripsia intracorpórea ou LICO (quebrar e remover o cálculo). Há também a possibilidade de litotripsia extracorpórea LECO para casos selecionados de cálculos que ainda estão no rim e não migraram.
Já o tratamento do câncer renal acompanha a complexidade da doença, ou seja, varia de acordo com cada paciente e a fase em que o tumor é detectado. De maneira geral, a conduta inclui a cirurgia, com objetivo de remover o câncer e, ao mesmo tempo, preservar ao máximo a função renal. O tipo e a extensão da cirurgia depende de como e quanto o câncer já se desenvolveu no órgão. Os tratamentos sistêmicos medicamentosos podem ser utilizados em casos específicos, sobretudo na doença metastática