Cisto no testículo pode virar câncer?
- IUCR
- 28 de abr.
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A presença de um nódulo ou caroço no testículo pode ser preocupante. Mas se for um cisto, trata-se de uma doença benigna, que deve ser avaliada e tratada pelo urologista, sem risco de evoluir para um câncer.

Na presença de um nódulo no testículo é comum a preocupação com a possibilidade de um câncer. A preocupação é justificável. Afinal, o câncer de testículo é mais frequente em homens jovens, entre 20 e 34 anos, e o tratamento pode prejudicar a produção de testosterona, a manutenção da libido e a fertilidade. Mas, nem todo nódulo no testículo é, necessariamente, um câncer. Pode ser um cisto que é uma doença benigna, que não tem risco de evoluir ou virar um câncer.
Dessa forma, se aparecer um nódulo no testículo é importante procurar a avaliação de um médico urologista. Em geral, um cisto é uma cavidade preenchida por líquido ou material semissólido. Já um tumor maligno é formado por uma massa de células que cresce de maneira descontrolada e tem potencial para invadir tecidos próximo e espalhar por outras regiões do corpo. Mas apenas um especialista poderá garantir com segurança o diagnóstico entre uma e outra situação.
Por que pode surgir um cisto no testículo?
Um cisto no testículo pode aparecer em função de acúmulo de líquidos ou sangue. Além disso, pode acometer homens de qualquer faixa etária, de crianças a idosos.
Os cistos não são todos iguais e tem causas e tratamentos diferentes. Confira:
Espermatocele
A espermatocele é uma pequena bolsa que se forma no epidídimo, local onde o canal deferente se liga ao testículo. O canal deferente é uma espécie de tubo que faz parte do sistema reprodutor masculino e transporta os espermatozoides produzidos nos testículos até a uretra, de onde eles serão expulsos durante a ejaculação.
Em geral, o cisto não provoca dor, mas se continuar crescendo gera desconforto. O tratamento pode ser medicamentoso, com anti-inflamatório ou analgésicos, e, eventualmente, caso não haja melhora, o urologista pode indicar tratamento cirúrgico.
Epididimite
O epidídimo é a estrutura que liga o testículo ao canal deferente. A epidemite consiste na inflamação bacteriana dessa estrutura, ocasionada, principalmente, pela prática de sexo sem proteção. Além da sensação de caroço no testículo, pode haver outros sintomas, como dor, inchaço, febre. A epidemite, em geral, é tratada com antibióticos.
Hérnia inguinal
A hérnia inguinal ocorre quando uma porção do intestino atravessa os músculos do abdômen. Em alguns casos, a hérnia pode sair para dentro do escroto, gerando a sensação de um caroço no testículo. O tratamento desse tipo de hérnia é cirúrgico para realocar a porção do intestino corretamente.
Hidrocele
Consiste em uma pequena bolsa de líquido que se acumula e leva à formação de um caroço. A hidrocele é mais comum em bebês, mas pode acometer homens adultos. Em geral, a hidrocele regride naturalmente, mas se o caroço crescer muito, provocando desconforto, o urologista pode optar por fazer uma pequena cirurgia, com anestesia local.
Torção do testículo
Essa condição provoca dor intensa e repentina, além de inchaço e caroço no testículo. Ela acontece quando o testículo se torce em volta do cordão espermático, diminuindo a circulação de sangue. O quadro é mais comum em meninos e homens jovens, com menos de 25 anos. É uma situação de emergência e a recomendação é o tratamento cirúrgico nas primeiras 12 horas em função do risco de morte dos tecidos.
Varicocele
Esse tipo de nódulo ocorre quando as veias, que transportam o sangue dos testículos, dilatam e ficam mais largas que o normal. Com isso, o sangue se acumula e gera a sensação de um caroço e peso, além de dor. O tratamento é feito com remédios. Caso a avaliação do médico aponte para o risco de infertilidade, pode ser considerado o tratamento cirúrgico.