Como escolher um cirurgião oncológico?
- IUCR
- 30 de jul.
- 4 min de leitura
A escolha do cirurgião oncológicos deve incluir critérios técnicos, como sua capacitação e experiência no tipo de câncer que irá tratar. Mas não é só isso. O lado humano do cirurgião oncológico também conta. Ele precisa ter escuta em relação a seu paciente e explicar todos os aspectos do tratamento, proporcionando um ambiente em que o paciente tome decisões conscientes e informadas.

Em geral, a cirurgia é a principal indicação de tratamento para a maioria dos casos de câncer. Esse procedimento deve ser realizado por um especialista em cirurgia oncológica. O câncer é uma doença complexa e precisa de um entendimento adequado. Para você ter uma ideia, a formação de um cirurgião oncológico é realizada ao longo de, pelo menos, 12 anos. São seis anos de graduação em medicina, três anos de residência em cirurgia médica, três anos de residência em cirurgia oncológica e, ainda, há a possibilidade de um ano adicional para os que desejam ampliar a formação.
Assim, o cirurgião oncológico possui formação específica e aprofundada em oncologia, conhece o comportamento dos tumores, as técnicas cirúrgicas mais avançadas e as abordagens multidisciplinares necessárias para o tratamento oncológico. Diante de um diagnóstico de câncer com indicação de tratamento cirúrgico, escolher criteriosamente esse profissional contribui de maneira importante para o melhor desfecho do tratamento.
E quais os critérios que devem ser considerados para a escolha do cirurgião oncológico?
Formação
A formação na especialidade cirurgia oncológica é fundamental. No Brasil, essa especialização é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Todo cirurgião oncológico deve estar devidamente registrado no CRM do estado onde atua. No site da entidade, qualquer pessoa pode consultar a formação do médico, além de verificar se não há restrições ou penalidades ao exercício profissional.
Dependendo do tipo de câncer do paciente, certificações adicionais em subespecialidades oncológicas em áreas, como urologia, ginecologia, cabeça e pescoço podem ser importantes porque demonstram conhecimento mais aprofundado. Além disso, se constar no currículo do especialista, estágios em centros de referência internacionais isso indica que ele é um profissional que se preocupa em estar sempre atualizado.
Também é um diferencial a atuação do cirurgião no campo da pesquisa científica e do ensino. Procure verificar se esse cirurgião atua nessas frentes como pesquisador e professor.
Geralmente, os médicos cirurgiões mais experientes na assistência, pesquisa e ensino, com relevância científica, têm o seu curriculum na plataforma Lattes, aberta para consulta: https://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do?metodo=apresentar
Experiência
Na cirurgia oncológica, a experiência é um fator crucial. É importante saber há quantos anos o cirurgião atua na especialidade, o volume de cirurgias que realiza por ano e, principalmente, qual é a experiência do médico no seu tipo de tumor.
É fato que os principais centros de referência de tratamento oncológico do país são os que concentram as equipes cirúrgicas mais experientes, assim como a infraestrutura mais adequada.
Indicações Médicas
Seu oncologista clínico, médico de família ou outros especialistas que já o acompanham são fontes valiosas de indicação. Esses profissionais conhecem a reputação e a competência técnica dos cirurgiões oncológicos da região e podem oferecer recomendações personalizadas baseadas em seu caso específico.
Transparência
O câncer é uma doença complexa, e profissionais sérios sempre apresentam informações baseadas em evidências científicas, incluindo possibilidades de complicações e limitações do tratamento. Na consulta, um bom cirurgião oncológico é capaz de explicar claramente seu diagnóstico, as opções de tratamento disponíveis e porque ele recomenda uma abordagem específica.
Ele deve discutir não apenas a cirurgia, mas como ela se integra ao plano de tratamento geral, incluindo possível quimioterapia ou radioterapia. O médico deve estar disposto a fornecer informações detalhadas sobre o procedimento proposto, riscos envolvidos, tempo de recuperação esperado e possíveis sequelas. Um profissional competente se preocupa em responder todas as perguntas do paciente e da família de modo que haja entendimento.
Equipe multidisciplinar
O cirurgião oncológico não trabalha sozinho. O tratamento do câncer é realizado por uma equipe multidisciplinar em que todos os profissionais são especializados em oncologia. Um centro oncológico de qualidade conta com esse suporte que inclui, além do cirurgião oncológico, oncologistas clínicos, radioterapeutas, radiologistas, nutricionistas especializados, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, entre outros.
Esse suporte integrado é fundamental para o tratamento abrangente do câncer. Serviços como banco de sangue, farmácia oncológica e laboratório de anatomia patológica dentro do hospital facilitam o tratamento e podem, inclusive, contribuir para acelerar todo o processo.
Tecnologia
Consulte seu cirurgião oncológico sobre as tecnologias de diagnóstico e tratamento disponíveis no hospital onde será realizado seu procedimento. Tomógrafos, ressonância magnética, equipamentos de medicina nuclear, recursos de cirurgias minimamente invasiva são alguns dos recursos importantes na oncologia.
Cada vez mais a cirurgia robótica tem sido utilizada no tratamento do câncer. Veja se esse cirurgião é especializado em cirurgia robótica, quantas cirurgias já realizou. Existem cirurgiões que são, inclusive, Proctors, aquele que treina cirurgiões na técnica robótica.
Emergências
Pergunte como funciona seu atendimento no caso de uma eventual emergência. Há disponibilidade do cirurgião e da equipe? Como você deve entrar em contato? Qual hospital procurar? A existência de um sistema de plantão oncológico 24 horas no hospital é um diferencial importante.
Sinais de alerta
Evite especialistas que:
Fazem promessas irreais sobre cura garantida ou resultados excepcionais sem base científica.
Pressionam para que você e sua família tomem decisões imediatas, sem a devida segurança.
Não atuam com transparência em relação às informações.


