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Custo x efetividade em novas tecnologias para tratamento do câncer de próstata

Atualizado: 27 de nov. de 2018



Novas tecnologias para o tratamento do câncer

A introdução de novas tecnologias em saúde quase sempre implica em aumento de custos para quem paga a conta: os hospitais, as operadoras de saúde ou o próprio paciente. No tratamento do câncer de próstata não é diferente.


Mas por que “gastar mais” para realizar o tratamento? A resposta pode ser resumida em uma palavra: RESULTADO.


No caso do tratamento do câncer de próstata, a tecnologia mais discutida nos dias de hoje é a cirurgia robótica. Sem dúvida nenhuma é necessário um alto investimento por parte dos hospitais para implementar essa tecnologia e oferecer essa opção de tratamento aos pacientes. Com isso, os custos aumentam se comparados aos métodos convencionais, gerando um valor excedente que muitas vezes não é coberto pelos planos de saúde e são repassados ao próprio paciente. A falta de cobertura por parte dos planos tem uma justificativa bem simples: a cirurgia robótica ainda não está no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS).


E qual a vantagem de investir nessa tecnologia para o tratamento do câncer de próstata? Por se tratar de um método minimamente invasivo, o procedimento não tem as grandes incisões abdominais das cirurgias convencionais do passado. É uma técnica mais precisa, segura e que preserva muito mais os tecidos saudáveis ao redor da próstata. Tudo isso gera ganho de EFETIVIDADE.


Os ganhos em efetividade podem ser divididos em 3 grandes grupos: ganhos imediatos; ganhos em médio prazo e ganhos em longo prazo.


Os ganhos imediatos incluem o menor tempo de internação hospitalar, menor taxa de transfusão sanguínea e de complicação e menor uso de medicações analgésicas. Além de refletirem a melhora na qualidade da recuperação do paciente, também implicam em diminuição dos custos para as fontes pagadoras (sejam elas as operadoras de saúde ou mesmo o próprio paciente que arcou com os custos do seu tratamento). Apesar dos custos diretos serem maiores dentro da sala cirúrgica, há a diminuição dos dias de internação, do uso de analgésicos e de complicações pós-cirúrgicas.


Em médio prazo estão os ganhos com a recuperação mais rápida da continência urinária, da função sexual e a volta a rotina de trabalho do paciente. Esses são os principais ganhos com a efetividade, o que reflete diretamente na qualidade de vida do paciente.


E por último, e não menos importante, estão os ganhos observados em longo prazo, ou seja os relacionados ao controle da doença. Os pacientes que fazem a cirurgia robótica têm menor chance de precisar de tratamentos complementares no futuro, como a radioterapia, hormonioterapia e quimioterapia. Com melhores resultados funcionais ocorre também a diminuição de tratamentos futuros para recuperação da continência urinaria e da função sexual, o acarretaria em custos adicionais. Além disso, é no longo prazo que conseguimos encontrar o real impacto na economia dos setores privados e públicos. O paciente que tem melhores resultados retorna mais precocemente ao seu trabalho, volta a produzir riquezas e onera muito menos o setor previdenciário do país.


Muitas vezes os benefícios são difíceis de serem medidos, mas devem ser considerados antes da tomada de decisão que se traduz na evolução do combate ao câncer.


Dr. Gustavo Guimarães

Dr. Renato Oliveira

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