O câncer de bexiga é o quarto mais comum em homens e o oitavo em mulheres. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é que quase 10 mil novos casos apareçam todos os anos.
Geralmente, a doença começa com tumores pequenos e superficiais, confinados à mucosa de revestimento interno. Quando o câncer de bexiga é diagnosticado, o estágio que o tumor se encontra é classificado como estadiamento, e essa categorização pode influenciar no tratamento a ser definido. Veja as causas e sintomas da doença e entenda como funciona o estadiamento.
Principais fatores de risco
O fumo está associado ao aparecimento do câncer de bexiga em mais de 50% dos casos;
Homens brancos e mais idosos são os grupos mais afetados;
O pico de incidência ocorre entre 60-70 anos: cerca de 90% dos pacientes recebem o diagnóstico depois dos 55 anos;
Uso prolongado e exagerado de medicamentos com fenacetina ou ciclofosfamida, como os utilizados em tratamentos para doenças autoimunes;
Exposição constante e prolongada a diversos compostos químicos presentes em tintas, borrachas e equipamentos elétricos.
Sintomas do câncer de bexiga
O principal sinal é o aparecimento de sangue na urina (hematúria). No entanto, esse sinal também pode estar associado a outros motivos, como infecção, tumores benignos ou cálculos renais;
Irritação ao urinar, com ardor, dor ou qualquer outro tipo de desconforto;
Aumento da quantidade de vezes que vai ao banheiro para urinar ou a diminuição da quantidade de urina em cada micção;
Dor na região pélvica, com possibilidade de aparecer uma massa palpável, que pode ser sinal de um caso mais avançado.
Diagnóstico do câncer de bexiga
O diagnóstico pode ser feito a partir de uma avaliação clínica e a realização de exames, como de urina e imagens. A confirmação pode ser tanto via cistoscopia (um tipo de endoscopia que visualiza por dentro da bexiga) e por biópsia.
Quando o câncer de bexiga é diagnosticado precocemente, as chances de cura aumentam.
Estadiamento do câncer de bexiga estipula extensão e gravidade da doença
O câncer de bexiga pode ser classificado pela extensão do tumor ou pela área afetada. Essa classificação é chamada de estadiamento e facilita a definição do tratamento pela equipe médica.
Os estágios variam de 0 a IV; quanto maior o valor, o câncer é mais agressivo e evolui com maior velocidade.
Estágio 0: O câncer ainda não invadiu a camada interior da bexiga. É indicada uma ressecção transuretral, na qual o câncer é retirado por via endoscópica, por um procedimento de “raspagem”. O próximo passo pode ser a imunoterapia, como a introdução do bacilo de Calmette-Guérin (BCG), que ativa o sistema imunológico e combate as células tumorais restantes;
Estágio I: Os tumores de bexiga cresceram, mas ainda não atingiram a camada muscular. Os médicos recomendam o mesmo tratamento do estágio 0. Em caso de recidiva da enfermidade, poderá ser utilizada a imunoterapia. A cistectomia pode ser indicada em casos bem selecionados.
Estágio II: Os tumores invadiram a camada muscular da parede da bexiga. A ressecção transuretral é realizada para determinar a extensão da doença, não mais como tratamento. Pode ser indicada a cistectomia radical (remoção de toda a bexiga) ou parcial, com a remoção dos linfonodos próximos ao órgão. Sessões de radioterapia e/ou quimioterapia também podem ser indicadas;
Estágio III: Os tumores atravessaram a parede da bexiga e cresceram na direção de tecidos adjacentes e/ou linfonodos, mas ainda não se disseminaram para outros órgãos. O tratamento padrão é a cistectomia radical, com a remoção dos linfonodos próximos. Sessões de radioterapia e/ou quimioterapia podem também podem ser indicadas;
Estágio IV: Os tumores atingiram a parede abdominal, pélvica ou avançaram para os linfonodos e/ou outros órgãos, em um processo chamado metástase. Para evitar uma maior disseminação, é recomendada a realização de sessões de quimioterapia associadas ou não com radioterapia. Caso o tumor diminua em resposta ao tratamento, uma cistectomia total pode ser a opção seguinte.