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Andropausa, a menopausa masculina

  • Foto do escritor: IUCR
    IUCR
  • 24 de set.
  • 4 min de leitura

Mudanças no comportamento, esquecimento, tristeza, irritabilidade, insônia, sonolência durante o dia e, principalmente, diminuição do interesse sexual. Todos esses sintomas que podem aparecer nos homens após os 40 anos são, muitas vezes, atribuídos ao estresse do trabalho ou outros fatores do cotidiano, mas podem indicar algo mais específico: a andropausa, termo utilizado para se referir à “menopausa masculina”.


andropausa

É isso mesmo, os homens também passam por essa fase da vida que muitos podem pensar ser exclusiva do universo feminino.

 

A andropausa  é caracterizada por um declínio gradual nos níveis de testosterona, processo que pode começar por volta dos 40 anos e se estender até os 70. A testosterona é o principal hormônio masculino, responsável pelo desenvolvimento dos órgãos sexuais no homem e de características como crescimento da barba, engrossamento da voz e formato masculino do corpo. No homem, esse hormônio é produzido, principalmente, nos testículos. A testosterona também está presente nas mulheres, produzida nos ovários, em quantidade bem menor quando comparada aos homens.

 

O envelhecimento é o principal causador da andropausa. Portanto, podemos dizer que a diminuição gradual na produção de testosterona pelos testículos é um processo natural. No entanto, outros fatores podem acelerar ou intensificar esse processo. Entre eles:

 

  • Estresse psicológico prolongado

  • Obesidade

  • Uso abusivo de álcool

  • Tabagismo

  • Sedentarismo

  • Doenças crônicas como diabetes e hipertensão

  • Uso de certas medicações

  • Histórico de cirurgias

 

Os sinais da andropausa podem variar


Os sintomas da andropausa não são iguais em todos os homens. Eles podem variar de acordo com cada individuo.  As mudanças hormonais masculinas ocorrem de maneira gradual e sutil e não raro os sintomas de caráter físico e psicológico são confundidos com outras condições relacionadas à idade.

 

Sintomas físicos


  • Diminuição da libido e do desejo sexual

  • Menor incidência de ereções espontâneas

  • Disfunção erétil

  • Fadiga e cansaço excessivo

  • Perda de massa e força muscular

  • Aumento de peso, especialmente gordura abdominal

  • Diminuição da densidade óssea

  • Ondas de calor

  • Diminuição do tamanho dos testículos (menos comum)

  • Aumento dos mamilos

  • Perda de pelos corporais

 

Sintomas psicológicos e cognitivos


  • Alterações do humor

  • Irritabilidade

  • Diminuição da motivação e autoconfiança

  • Dificuldade de concentração

  • Problemas de memória

  • Distúrbios do sono e insônia

  • Sintomas depressivos

 

Há alternativas de tratamento


É importante o diagnóstico correto da condição, assim como a orientação sobre a melhor alternativa de tratamento porque a diminuição dos níveis de testosterona pode trazer, além dos sintomas que interferem na rotina, maior risco para desenvolver doenças cardiovasculares; diabetes tipo 2 (devido ao papel da testosterona na regulação do metabolismo da glicose); osteoporose e maior risco de fraturas; e síndrome metabólica.

 

O diagnóstico da andropausa é realizado através da combinação de sintomas clínicos e exames laboratoriais. O urologista pode solicitar exames de sangue para dosar a testosterona livre (quantidade disponível no organismo) e testosterona total (quantidade produzida), além de outros hormônios sexuais. Os níveis de testosterona variam entre indivíduos, e o diagnóstico deve sempre considerar o quadro clínico completo do paciente, não apenas os valores laboratoriais isolados.

 

O primeiro e mais importante passo no tratamento da andropausa envolve modificações no estilo de vida. Entre os hábitos que devem ser adotados estão:


  • Prática regular de exercícios físicos

  • Dieta equilibrada, rica em frutas, verduras e vegetais

  • Manutenção de peso adequado

  • Cessação do tabagismo

  • Redução do consumo de álcool

  • Controle do estresse

  • Sono adequado (6 a 8 horas por noite)

  • Controle de doenças crônicas

 

Reposição hormonal


Além disso, em alguns casos o médico considera a possibilidade de indicar a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) com testosterona sintética. Esse tipo de tratamento pode melhorar os sintomas e a qualidade de vida do paciente. A forma de reposição hormonal mais utilizada é através de injeções de depósito. Mas há outras opções, como gel ou creme tópicos e comprimidos.

 

A reposição hormonal deve contar sempre com supervisão médica para evitar riscos inerentes ao tratamento – aumento de eventos cardiovasculares, policitemia (aumento excessivo de células sanguíneas), apneia do sono, alterações de humor, reações na pela (acne, alergias), queda de cabelo e lesões hepáticas.

 

Além disso, dependendo dos sintomas apresentados, podem ser recomendados medicamentos específicos para combater a disfunção erétil; apoio psicológico (estresse e depressão) e acompanhamento nutricional.

 

Será que a reposição hormonal causa câncer de próstata?


A TRH com testosterona não causa câncer de próstata. No entanto, pode acelerar o crescimento de tumores prostáticos já existentes. Por isso, homens com andropausa e histórico de câncer de próstata geralmente não são candidatos a esse tratamento.

Na TRH, o acompanhamento regular é essencial para garantir a segurança e eficácia do tratamento, especialmente no que se refere à saúde prostática.

 

Prevenção da Andropausa


Embora a andropausa seja um processo natural do envelhecimento, é possível retardar sua progressão através de medidas preventivas:


  • Manutenção de estilo de vida saudável desde a juventude

  • Prática regular de atividade física

  • Alimentação equilibrada

  • Controle do peso corporal

  • Evitar tabagismo e excesso de álcool

  • Manejo adequado do estresse

  • Controle de doenças crônicas

  • Consultas médicas regulares para detecção precoce

 

Procure um médico. Você não está sozinho


É recomendado que homens a partir dos 40 anos procurem avaliação urológica, principalmente, diante de sintomas. A andropausa afeta muitos homens, mas com diagnóstico adequado, tratamento personalizado e acompanhamento médico regular, é possível controlar os sintomas e manter uma vida plena e saudável.

 

É importante desmistificar o assunto. O diálogo aberto sobre saúde masculina é fundamental para quebrar tabus e promover o bem-estar. A andropausa é tratável, e você não precisa enfrentá-la sozinho.


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