O câncer de testículo corresponde a cerca de 5% dos casos de tumores masculinos. A doença atinge, principalmente, jovens adultos, na faixa etária reprodutiva, entre 20 e 40 anos de idade, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura podem ultrapassar 90%, uma vez que, na maioria dos casos, o tumor não se alastra para outros órgãos, ficando, geralmente, restrito ao testículo (80%). Esse tipo de câncer pode apresentar uma rápida capacidade evolutiva pelo alto índice de duplicação das células tumorais.
Fatores de risco do câncer de testículo
Histórico familiar de síndromes genéticas;
Homens diagnosticados com criptorquidia, ou seja, quando os testículos, que se localizam no interior do abdômen na fase fetal, não migram para o escroto durante os primeiros anos de vida;
Bebês prematuros, uma vez que a manutenção de um testículo fora da bolsa pode elevar as chances de desenvolver esse tipo de tumor;
Ficar exposto a determinadas substâncias, como agrotóxicos, principalmente durante a gestação ou no período neonatal;
Idade entre 15 e 40 anos;
Homens brancos têm mais chances de ter a doença;
Ser estéril.
Quais os sinais do câncer de testículo e como é feito o diagnóstico
Em 80% dos casos, a lesão não causa dores no estágio inicial e, por isso, a realização rotineira do autoexame é fundamental para o diagnóstico precoce. É necessário notar o aparecimento de alteração no testículo, como nódulos (caroços) ou o crescimento anormal do órgão. Outro sintoma que pode aparecer são dores na parte inferior do abdome, tórax ou ossos.
O diagnóstico é definido a partir de uma avaliação clínica e a realização de exames, como de imagens e de sangue com detecção de marcadores tumorais.
Estadiamento do câncer de testículo: extensão e gravidade da enfermidade
O câncer de testículo pode ser classificado pela extensão do tumor ou pela área afetada. Essa classificação é chamada de estadiamento e facilita a definição do tratamento pela equipe médica.
O estadiamento do câncer de testículo varia de I a III; quanto maior o valor, o tumor é mais agressivo e evolui com maior velocidade.
O estágio inicial é o I, quando o tumor está localizado somente no testículo. Nessa fase, é indicada uma orquiectomia (remoção do testículo) associada ou não ao tratamento complementar, como quimioterapia ou radioterapia.
No estágio II, o câncer já comprometeu os linfonodos do abdome (retroperitoneais). A indicação de tratamento também é a orquiectomia e associada à quimioterapia ou radioterapia.
No estágio III, o último, o câncer atingiu outros órgãos, como pulmões, fígado, ossos e cérebro. Além da orquiectomia, há indicação de tratamento para todo o corpo a ser avaliado pela equipe médica.
Após a confirmação do diagnóstico e do estadiamento da doença, a equipe médica discutirá com o paciente as melhores opções de tratamento, assim como os benefícios de cada opção, seus possíveis riscos e efeitos colaterais.
Por ser um câncer que afeta, na maioria dos casos, homens em idade reprodutiva, pode causar um grande impacto na fertilidade - especialistas podem recomendar ações como o congelamento de espermatozoides. É importante destacar que, mesmo com a retirada de um testículo, a função sexual do paciente pode ser preservada, assim como a capacidade reprodutiva, desde que o outro testículo esteja saudável.