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Futuro da cirurgia robótica, quais as perspectivas?

A cirurgia robótica é um procedimento inovador no tratamento do câncer. Essa tecnologia permite a remoção de tumores de maneira minimamente invasiva, com menos efeitos colaterais ao paciente. Se a cirurgia robótica já é chamada do “futuro da medicina”, quais são as perspectivas para o procedimento nos próximos anos?



Atualmente a cirurgia robótica corresponde a cerca de 5% das cirurgias minimamente invasivas e laparoscópicas no mundo. No entanto, a expectativa é de que mais cirurgiões e pacientes tenham acesso ao procedimento, pois a tecnologia está ficando mais viável em termos de custos. Os fatores responsáveis são o aumento do número de plataformas instaladas, do número de hospitais que optam por oferecer esse diferencial, bem como o surgimento de novos entrantes no mercado. O aumento da concorrência faz com que, tanto os insumos quanto o próprio equipamento, fiquem mais baratos.


Além disso, o número de profissionais capacitados também cresceu, devido ao aumento da procura dos pacientes pela cirurgia robótica, a qual proporciona mais benefícios àqueles que foram operados, como menor tempo de recuperação e redução do risco de sangramento.


Atuação da cirurgia robótica irá se expandir


Se contabilizar o mundo todo, mais de 1.5 milhões de cirurgias robóticas são realizadas anualmente. O Brasil está entre os 10 países que mais utilizaram a tecnologia, com cerca de 22 mil procedimentos realizados em 2021 e um crescimento histórico de 25 a 50% do número de cirurgias a cada ano – com exceção durante o período da pandemia da covid-19.


O país que mais utiliza a cirurgia robótica é o Estados Unidos, principalmente na área de cirurgia geral. Aqui no Brasil, a urologia é a especialidade que mais aproveita essa tecnologia, mais especificamente para a prostatectomia radical. Cerca de 25% de todos esses procedimentos realizados no país, que remove a próstata e tecidos ao redor, são feitos por cirurgia robótica – e se contabilizar somente a saúde suplementar (convênios e atendimentos privados), esse índice sobe para mais da metade.


A cirurgia robótica também está bastante presente em operaçõe ginecológicas, além de tórax e em casos específicos de cabeça e pescoço. No entanto, a tecnologia está em expansão para outros campos, como ortopedia e cirurgia vascular. Nesses casos serão utilizados outros robôs que não o Da Vinci, como no caso da urologia.



Avanços tecnológicos que podem impactar a cirurgia robótica


A disseminação da 5G e o avanço da inteligência artificial são dois pontos que podem beneficiar a cirurgia robótica. Na China, por exemplo, testou-se a velocidade do 5G para cirurgias experimentais feitas à distância (pois essa conexão permite menor tempo de latência de resposta aos comandos). Esse cenário auxiliará não somente na execução da cirurgia, como também no ensino, possibilitando que o “proctor” (cirurgião experiente em robótica que atua como professor de iniciantes) instrua outros cirurgiões de forma remota.


Já a inteligência artificial se trata de uma realidade. A tecnologia ainda está na fase de captação de dados, mas que já podem ser avaliados para uma melhora de performance, tanto dos cirurgiões que estão sendo treinados quanto dos serviços que tem esses robôs. No futuro, será possível imaginar a realização de cirurgias autônomas feitas por robôs, com base em milhões de informações obtidas de milhões de cirurgias feitas em diversos lugares do mundo.


Perspectivas de um futuro próximo para a cirurgia robótica


Em alguns lugares do mundo, já é realidade ter aparelhos que possibilitam a cirurgia com incisões ainda menores. Geralmente a cirurgia robótica faz quatro ou cinco cortes muito pequenos. Porém, esses aparelhos fazem o single port, um único corte, com pouco mais de 2cm, por onde todo instrumental é introduzido. Essa cirurgia robótica proporciona um benefício estético além do nível de dor ainda menor para o paciente.


Robôs modulares que poderão ser utilizados em salas diferentes simultaneamente; novos aparelhos com plataformas mais dinâmicas; upgrade dos modelos atuais com qualidade de imagem cada vez melhor; e avanço do uso de pinças são outras melhorias que podem proporcionar menos efeitos colaterais e mais segurança aos pacientes. Além da tecnologia de transmissão de dados que podem permitir cirurgias mais seguras, com “proctors” orientando à distância para um procedimento ainda mais preciso. As plataformas robóticas estão avançando e irão garantir cada vez mais benefícios ao tratamento do câncer e da medicina como um todo.


Fonte: Dr. Renato Oliveira, médico cirurgião oncológico do IUCR – Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica.

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