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Nova técnica de cirurgia robótica permite recuperação mais rápida da função erétil

Atualizado: 19 de ago. de 2020

Os pesquisadores mostram que 75% dos homens operados com a técnica extraperitoneal recuperaram a função erétil em até um ano após o procedimento e o tempo médio de recuperação foi de 9,4 meses. Já na técnica padrão, transperitoneal, a recuperação foi possível para 53,5% dos pacientes e o tempo médio de retorno da função erétil foi de 16,3 meses.


A disfunção erétil é o efeito colateral mais comum entre os homens tratados de câncer de próstata, o tumor maligno mais comum entre os homens depois do câncer de pele não-melanoma, com 68 mil novos casos previstos para 2019 no Brasil, segundo o INCA.


Cirurgiões oncológicos e pesquisadores brasileiros, liderados pelo Dr. Gustavo Guimarães, nosso diretor, constataram que pacientes operados pela técnica de cirurgia robótica com acesso extraperitoneal (que não entra na cavidade abdominal) recuperam mais rápido a função erétil. Além disso, beneficia um percentual maior de homens operados.


O estudo restrospectivo, publicado na edição de setembro do Journal of Eudourology, foi feito com 1088 pacientes do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo, tratados entre maio de 2013 e dezembro de 2017 por meio de duas modalidades de cirurgia robótica. Em um grupo, estavam os homens operados entre maio de 2013 e novembro de 2014 com a técnica robótica transperitoneal padrão. Em outro, pacientes tratados cirurgicamente entre dezembro de 2014 e dezembro de 2017 por meio da modalidade robótica com acesso extraperitoneal.


Os pesquisadores mostram que 75% dos homens operados com a técnica extraperitoneal recuperaram a função erétil em até um ano após o procedimento e o tempo médio de recuperação foi de 9,4 meses. Para a outra técnica por robô analisada, a cirurgia robótica transperitoneal, a recuperação no mesmo período foi possível para 53,5% dos pacientes e o tempo médio de retorno da função erétil foi de 16,3 meses.


“No acesso extraperitoneal, ou seja, aquele que não entra na cavidade abdominal, o sangue e a urina não têm contato com as alças intestinais, permitindo assim que haja menos risco de irritação do peritônio. A técnica também possibilita menor pressão sob o diafragma e facilita o processo de anestesia. São fatores que permitem uma alta mais precoce e recuperação mais rápida”, destaca Dr. Gustavo.


De acordo com Dr. Gustavo, outra vantagem da técnica é a não necessidade de uso de grampos. “Por mais que seja seguro, o grampo é um ‘corpo estranho’ ao organismo e alguns podem migrar de um lugar a outro. Sempre que possível, destaca Dr. Gustavo, é muito positivo evitar materiais não orgânicos. “Usar ou não grampos vai além de ser uma escolha técnica. É uma maior segurança oferecida por uma modalidade de cirurgia robótica eficaz e reprodutível”.


Os próximos passos, segundo Dr. Gustavo Guimarães, devem ser no sentido de realizar estudos colaborativos, prospectivos e randomizados. “São a forma mais rápida e segura de conseguir testar uma hipótese cientifica. Sempre devemos, na medida do possível, incentivar estas colaborações, de preferência internacionalmente”. Além de Gustavo Guimarães, participaram do estudo os cirurgiões oncológicos Renato Almeida Rosa de Oliveira, Thiago Borges Santana, Ricardo Favaretto, Thiago Mourão, Maurício Murce Rocha, Rodrigo Madeira Campos e Stênio de Cássio Zequi.


A CIRURGIA ROBÓTICA PARA CÂNCER DE PRÓSTATA – A prostatectomia radical por laparoscopia assistida por robô é uma técnica de cirurgia robótica oferecida desde o ano 2000 para pacientes diagnosticados com câncer de próstata. Após quase 20 anos, cada vez mais pacientes são operados com uso de robô, inclusive no tratamento de outros tipos de câncer, e os benefícios desta, que é uma modalidade minimamente invasiva, são objetivo de estudo. Os dados no Brasil são escassos, mas, nos Estados Unidos, aproximadamente metade dos pacientes com tumor localizado da próstata são operados e destes, cerca de 85% são feitos por cirurgia robótica.


De acordo com Gustavo Guimarães, o maior entrave para a o uso da cirurgia robótica para pacientes com câncer de próstata é o alto custo do procedimento. “Além disso, no Brasil, ainda temos um número relativamente pequeno de máquinas, e isso dificulta o acesso ao treinamento do profissional que vai operar por robô. Por sua vez, estudos mostram que investir em cirurgia robótica traz custo-benefício efetivo, pois resulta em menos intercorrências, menor tempo de internação, dentre outros benefícios, que diluem, a médio prazo, o valor investido”, reforça o especialista.



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