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Os dez anos de vacina contra HPV no SUS

Há 10 anos, mais precisamente no dia 10 de março de 2014, a vacina contra o HPV passava a ser distribuída gratuitamente no Brasil. Esse imunizante é a principal forma de evitar a infecção pelos tipos mais perigosos do Papilomavírus Humano, o maior responsável pelo desenvolvimento do câncer do colo do útero.



Criada em 2006, na Austrália, a vacina contra o HPV faz parte do programa de imunização de mais de 50 países. No Brasil, inicialmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a aplicar as doses somente em meninas entre 11 e 13 anos. Hoje, a distribuição é feita em ambos os gêneros, entre 9 e 14 anos. Pessoas imunossuprimidas, como portadores de HIV/aids, pacientes oncológicos ou transplantados, também podem receber a imunização de forma gratuita.


A meta de cobertura vacinal é de 80% do público-alvo (meninos e meninas de 9 a 14 anos), porém o melhor resultado da imunização foi obtido, justamente, em 2014, quando foram aplicadas quase 8 milhões de doses da vacina contra HPV nas meninas brasileiras. O número caiu para abaixo de 6 milhões de doses no ano seguinte e, entre 2016 e 2022, o total não superou a marca de 2 milhões de doses. Entre os meninos, o número de doses aplicadas também vem caindo desde que foram introduzidas no SUS em 2017.


Com isso, o Brasil está distante da meta almejada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2020, a entidade declarou o câncer de colo do útero como um problema de saúde pública e que, em cada país, seria necessário reduzir a incidência para menos de quatro casos por 100 mil mulheres por ano até 2030. No Brasil, os números estão três vezes acima disso.


Portanto, para se proteger do Papilomavírus Humano, é preciso imunizar as crianças e adolescentes de 9 a 14 anos e garantir a defesa do organismo no futuro, quando atingirem a juventude e a fase adulta. E a vacina está disponível, gratuitamente, nos postos de saúde.


O que é o Papilomavírus Humano?


O HPV é bastante comum na população, mas nem sempre causa problemas. Isso ocorre porque há centenas de tipos diferentes desse vírus, mas os mais preocupantes são os tipos 16 e 18 (fatores de risco para o câncer de colo de útero) e os 6 e 11 (que podem causar verrugas genitais).


O Papilomavírus Humano também está diretamente ligado ao desenvolvimento de outros tipos de tumores, como os que atingem o pênis, o ânus e a garganta. Caso a pessoa seja infectada pelo HPV, ela pode ficar anos sem manifestação do vírus. Mesmo antes de ter algum sinal claro, podem surgir lesões pré-cancerígenas, indetectáveis pelo olho humano.


Por isso é importante a consulta de rotina com um especialista (ginecologista para as mulheres e urologista para os homens). Exames clínicos e laboratoriais podem auxiliar a detectar lesões suspeitas.

 

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