O tratamento do câncer de ovário pode incluir cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo. A decisão de tratamento leva em consideração muitos fatores.
Existem diferentes tipos de tumores de ovário. Os tumores epiteliais, que começam a partir das células que cobrem a superfície externa do ovário, são os mais comuns. Há os tumores de células germinativas, que têm início nas células que produzem os óvulos. E, também, os estromais, que se desenvolvem a partir das células que formam o ovário e que produzem os hormônios femininos, estrogênio e progesterona.
Alguns desses tumores podem ser benignos. No entanto, há os que têm potencial para se disseminar para outras partes do corpo que são os tumores malignos ou cânceres de ovário.
O tratamento do câncer de ovário pode incluir cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo. A decisão de tratamento leva em consideração o tipo do câncer, a fase em que foi diagnosticado o câncer (doença inicial ou avançada), benefícios do tratamento, os riscos e efeitos colaterais de cada tratamento. Também é muito importante considerar o quadro clínico da paciente e as suas necessidades e expectativas. O médico deve explicar cada cenário e ponderar com sua paciente todas as opções.
Cirurgia
Na maioria dos casos de câncer de ovário, a cirurgia é o principal tratamento. A escolha do tipo de cirurgia vai depender da avaliação individualizada da paciente, do tipo e do estágio da doença, entre outros aspectos. Por exemplo, para uma mulher jovem em idade fértil, com desejo de ter filhos, o médico vai avaliar a possibilidade de tratar o câncer sem remover os dois ovários e o útero. Em relação à tecnologia, em casos de doença em fase inicial, métodos minimamente invasivos, como a técnica robótica podem ser considerados.
Em geral, a cirurgia do carcinoma epitelial tem como objetivos principais: o estadiamento (verificar a fase de desenvolvimento da doença) e a diminuição do volume, retirando o máximo possível do tumor. A cirurgia geralmente inclui a retirada do útero, ovários e trompas de Falópio, além da camada de tecido que recobre os órgãos abdominais e alguns linfonodos. Há situações em que outros órgãos também precisam ser removidos.
Nas cirurgia de câncer de ovário de células germinativas e estromais, como os tumores na maioria das vezes estão confinados a um dos ovário, pode possibilitar a realização de uma cirurgia menos extensa com preservação da fertilidade.
Quimioterapia
A quimioterapia habitualmente faz parte do tratamento da maioria dos cânceres de ovário. O tratamento tem como objetivo destruir as células cancerígenas com uso de medicamentos administrados por via venosa e em algumas situações selecionadas, a quimioterapia pode ser administrada por meio de um catéter diretamente na cavidade abdominal, neste caso é chamada de quimioterapia intraperitoneal.
Seja na quimioterapia convencional ou intraperitoneal, as drogas são absorvidas pela corrente sanguínea atingindo as células cancerígenas e as sadias.
Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de medicamentos, da dose administrada, da via de administração e do tempo de duração do tratamento.
Entre os possíveis efeitos colaterais estão: náuseas e vômitos, perda de apetite, perda de cabelo, inflamações na boca, infecções devido à queda da imunidade, hemorragia ou hematomas em função da queda de plaquetas e fadiga pela diminuição de glóbulos vermelhos.
Terapia-alvo
Atualmente, é de fundamental importância no tratamento do câncer de ovário o conhecimento do perfil genético e molecular, ou seja se a paciente é portadora da alguma síndrome genética como mutação dos genes BRCA e BRCA2 ( que são associados a câncer de mama e ovário) ou síndrome de Lynch (associada a câncer intestino , ovário , endométrio) e conhecer as características moleculares do tumor para definir, em alguns casos, o tratamento de manutenção.
A avaliação genética é parte fundamental do tratamento para a paciente e para sua família permitindo um aconselhamento familiar no caso de ser portadora de mutação genética, proporcionado a possibilidade de estratégias para reduzir risco do desenvolvimento do câncer em outros familiares.
As terapias-alvo são medicamentos capazes de atacar receptores específicos. Dentre as mais utilizadas para câncer de ovário estão os inibidores de proliferação vascular (VEGF) como bevacizumabe e inibidores de PARP ( drogas de atuam no reparo de danos causados ao DNA).
As terapias-alvos são utilizadas da seguinte forma:
1. os inibidores de proliferação vascular podem ser usadas concomitante a quimioterapia e de manutenção , associado ou não aos inibidores de PARP
2. o uso de inibidores de PARP isoladamente como manutenção pós-quimioterapia.
Hormonioterapia
Consiste no uso de bloqueadores hormonais para um tratamento sistêmico, podendo ser uma opção para tumores estromais ou de baixo grau.
Radioterapia
O papel da radioterapia no tratamento de câncer de ovário é limitado para situações específicas e muitas vezes com intuitivo paliativo de controle de dor, sangramento ou tratamento de doença metastática localizada.
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